Sexo e as cidades: João Pessoa

Posted by tarrask on May 15, 2013 · 3 mins read

João Pessoa é uma mulher provinciana. Perfeita pra casar, ter uma ruma de menino, reproduzir, ficar velho, preparar o churrasco, trazer a cerveja, sentar na varanda e conversar sobre a vida alheia.

Nem pense que é exagero meu. Ela é um paraíso de tranquilidade no meio do século XXI. Beija pra namorar. Namora pra casar. Casa para constituir família. Constitui família para agradar a sociedade. E como a sociedade influi muito na vida de todo mundo, vamos conversar sobre a vida dos outros.

O primeiro amanhecer de 2008 em João Pessoa

Paraíba masculina É nordestina na moda. Escuta o que há de mais moderno, veste o mais fashion, lê os livros mais revolucionários de uma Europa imaginária e uns Estados Unidos de cinema. Entende tanto de cinema que até já viu um filme do Goddard. Na coluna social de algum jornalista com nome no diminutivo, é estrela da noite. Atinge o ápice da vida na festa de debutantes ou na do casamento. O resto é consequência. Sexo papai-e-mamãe. Católico e para fins de reprodução. Em segredo, diz que gosta, mas fingirá que é virgem até pouco antes do parto do terceiro filho. Mas, considerando que ela é bonita, jovem e tem que fazer tudo que as amigas fazem, a festa nunca acaba. É sempre de lascar.

A carranca

A carranca da véia Tem uma auto-estima completamente surreal: se diz a mulher mais bonita do mundo, mas precisa da opinião das amigas para tudo.. Aliás, nem vale a pena escutar o que ela diz dela mesma. São duas coisas completamente díspares. Não é feia, mas se acha a melhor e mais importante e mais bonita e onde o sol nasce primeiro, de todas as mulheres do mundo. Se quiser ficar tranquilo, diga que ela é mais bonita que o por-do-Sol de Jacaré. Vai se sentir a mais bonita do mundo. Com segurança, tranquilidade e uma brisa a beira mar, você tem a mulher João Pessoa contente. (Soou feia esta frase. Aliás, ela tem nome de homem, tem nome feio, e eu não vou ser politicamente correto de negar. Quem quiser que mude.) João Pessoa precisa ter o coração partido. Precisa de uns problemas mais sérios na vida que decidir qual dos dois bonitinhos do pátio do colégio é mais interessante. Aí, quando ela crescer mais um pouco e tiver mais marcas da vida, pode ser uma mulher de verdade.