Escrevendo cartões de natal, o pesadelo dos redatores

Há muito tempo não escrevo um título empresa X deseja um feliz natal e quem ganha presente é você.

Acho uma coisa extremamente chata e sem sentido, do ponto de vista do consumidor, da empresa e de funcionários de empresas de comunicação. É uma prática que só existe porque alguns donos de agência ganham dinheiro com isso, as produtoras ganham e os veículos de comunicação também. Na grande maioria dos casos, é um caso de prática por inércia, seu cliente faz porque todo mundo faz.

Mas o motivo do post não é necessariamente este.

Ao receber uma ligação transatlântica dia desses de um irmão, pensei em quem iria ligar pra desejar feliz natal este ano, em quem iria escrever algo, mandar algo. E então começou a big reflexão sobre a imensa lista de contatos que todo mundo tem. Se eu mandar um email pra todo mundo, vou me converter no mercadinho da esquina que pede um “cartão de natal personalizado com um toque surpreendente”, o cliente que tanto abomino. Teria que reduzir bastante, pra poder escrever um texto pra cada um.

Com o aumento de contatos que temos através das redes sociais, fica realmente difícil definir quem são os que estão dentro do número de Dumbar e quem não está. Aquele amigo que não falo há anos, ou aquele outro que não conheço pessoalmente, mas que todo dia puxa papo no chat do Facebook? Família sim? Todos? Incluindo os que nem sabem que eu ainda estou vivo?

Aí eu lembrei de uma experiência que comecei a fazer há algum tempo.

Como quantificar os valores de uma relação

É meio brincadeira, mas pode servir como orientação. É lógico que tenho bons amigos que não falo tão frequentemente, e há pessoas que falo todos os dias e não necessariamente são tão importantes, mas a experiência pode ser útil pra ajudar a orientar. Explico o que eu fiz:

  • Peguei a lista de contatos unificada do google. Lá tem uma cacetada imensa de gente, que está ligada a mim por facebook, telefone ou email.
  • Me comprometi a ir escrevendo textos às pessoas da lista, e anotar se recebia resposta. Repeti umas vezes.
  • Rinse.

Assim, dá pra saber quem responde email e quem não responde. Não é o fato da resposta ser instantânea, mas se a resposta teve algum interesse. Às vezes, vale mandar um “ei, meu time ganhou do teu 5×0” e a resposta pode ser um simples vsf. Mas tem gente que a gente liga e não pode falar muito tempo, chama no chat e fica offline, manda email e a resposta não vem nunca.

Perde pontos, mas se nós não soubermos quem está perdendo pontos, fica difícil de rebaixar ou fazer as pessoas subirem à primeira divisão.

Vocês acham que eu sou maluco, ou isso é realmente uma maneira interessante de medir as suas relações em redes sociais?

Tenho minhas dúvidas, como em tudo na vida. Vocês acham que eu estou viajando muito ao pensar nisso?

E já adianto, pros meus três queridos leitores, que eu desejo um grande natal pra vocês.

0 Comments on “Escrevendo cartões de natal, o pesadelo dos redatores”

  1. Desde quando tu tem irmão?!
    Eu estou hoje fazendo campanha de final de ano para duas empresas, além dos trezentos outros, incluindo políticos e dona tia fulaninha!
    Por essas e outras que odeio Natal!

    1. Eu sofri com isso, querida, há tempos.

      Por isso larguei, e por isso escrevo posts assim. Pra um dia, os clientes pararem de pedir.

  2. Tô passando por algo parecido nesse momento. Acabei de mudar o número do celular e ainda não sei claramente pra quem divulgar. Por exemplo, não adianta mandar pra ti, porque nunca vais me ligar (pelo menos enquanto não vieres pra SP :D)

    E Feliz Natal! Jesus faz aniversário, mas quem ganha o presente é você!

  3. Tarrasko, depois me manda um email contando quais foram os presentes que você ganhou da pilha, que eu te respondo com um lindo e sincero vsf,p! 😉

    Depois dê os parabéns a Nazareno.

    Beijos

    1. Um casaco, um livro sobre como viajar ao redor do mundo, um mousepad q imita o tapete do Big Lebowski, um dedo cortado, um cd dos mamonas assassinas, um livro de ficcao portuguesa, um desenho e um vale tatuagem.

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