Tomando os meios de produção

No tempo do ronca, toda produção vinha da terra. Quem tinha terra, ganhava dinheiro. Aí, inventaram o comércio, com uma grande limitação geográfica. Até aí sem problemas.

Quando veio a Revolução Industrial, as máquinas explodiram a capacidade produtiva. Veio um alemão e chamou o conjunto de meios de produção. E criou uma teoria de que era preciso distribuir estes meios entre toda a humanidade.

Dividiram-se os povos em dois. Os que concordavam e os que discordavam do alemão. Fizeram-se guerras, debates e gastaram rios de sangue e tinta.

Depois, o lado que discordou inventou mais meios de produção, menores e que não precisavam de terras. O microchip. O software. Conexões globais para transmissão de dados.

20 anos atrás, era quase impossível criar uma empresa sem um escritório, uma sala de máquinas, uma cozinha, um laboratório, um quintal que fosse, para fazer coisas.

Hoje, alguém com o conhecimento certo – e o conhecimento certo está acessível, praticamente grátis – pode abrir uma empresa em casa. Na praça. No disco sólido de um computador, um investimento extremamente barato comparado com os tempos mais primórdios.

Quanto custaram os meios de produção para criar o Facebook, o Google, o Bitcoin ou a próxima empreitada que vai substituir o Estado de Direito por robôs-burocratas?

Isso. Um computador na mão e uma ideia na cabeça. E tudo isso nasceu no coração do capitalismo.