Fiz um post há algum tempo sobre a chatice que são as séries intermináveis, e como eu ando sem paciência para começar a ver séries novas exatamente porque sei que nunca vão acabar (ou vão acabar depois que eu morrer).
Aí o Bruno joga o post numa comunidade de storytelling e transmídia no Facebook, e a discussão dura mais do que eu esperava, e foi até bastante produtiva.
Passei boa parte do dia respondendo aos comentários, críticas e feedbacks da discussão, e deu pra aprender alguma coisa, e criar uns dois ou três novos conceitos:
Storytelling tântrico: aquele tipo de narração que é feito de pequenas catarses ao fim de cada episódio, mas cujo objetivo é NUNCA acabar a história. Lost, House, Friends, HIMYM,24 horas, Caverna do Dragão. A história não pode acabar, enquanto houver um fã a quem exprimir dinheiro, e deve-se usar qualquer argumento pra levar o plot adiante. O momento A-ha final nunca deve acontecer.
Trilogia Fast’n’furious: como o próprio nome diz, são três episódios. Que dão sequência a mais três, com arcos narrativos completamente iguais, que desembocam em mais três, ad aeternum, com os mesmos conflitos, explosões, gracinhas e piadas. Podemos ver as costuras e clichês que formam os roteiros, a estrutura completamente montada. Fast and Furious, House, Star Trek, Simpsons, etc.
Eu continuo meio receoso de assistir qualquer coisa que ainda não tenha um final, porque sempre é possível aumentar ou diminuir a história por dinheiro, fodendo completamente os arcos narrativos. Vários exemplos foram citados, e você com certeza pode aumentar a lista, tanto de séries que duraram de menos, e séries que duraram demais.
Pessoalmente, continuo acreditando que a catarse é necessária, e as histórias precisam de um final, fechado ou aberto. E que um final paia consegue destruir todo o trabalho narrativo do começo.
Afinal, até a história sem fim acabou, né?