Milhões de mini-redes sociais – a onda volta

Um título tão ruim para uma ideia que está rolando na minha cabeça, mas ainda incompleta, inconclusa e inconsistente.

Mas acho que há algo aí.

Na semana passada, ativei ou reativei meus profiles em pelo menos três fórums ou redes sociais pequenas e fechadas. Uma paga, uma invite-only que não aceita mais novos membros e uma aberta, porém pouco usada. São plataformas simples, para que pessoas com interesses comuns troquem informação, interesses e links. Coisas que até dava pra fazer no Facebook ou no twitter, mas que, na realidade não dá.

Ninguém quer compartilhar seus interesses religiosos ou sexuais no facebook

É normal a gente por um link de um vídeo bacana, uma apresentação do Seth Godin ou falar uma obviedade sobre futebol. Mas as redes sociais generalistas não servem para tudo. Listo alguns exemplos, vocês imaginam outros, e podem começar a fazer o exercício de imaginar ainda mais interesses/assuntos que não servem para o facebook. Aí abre-se o nicho, e nessa Long Tail vai ter gente investindo tempo e ganhando dinheiro.

  • Um lugar com apenas um assunto de interesse. Tipo Crowdsourcing. É muito mais rápido e útil tirar uma dúvida lá do que soltar a pergunta no twitter. Eu vou ganhar muito mais social points se postar um link bacana de crowdsourcing lá do que no Facebook. Porque quando quero conversar sobre aquilo, procuro lá, diretamente.
  • Quando não queremos que uma parte das pessoas que nos conhece saiba. Um fórum ou um ambiente de discussão sobre busca de emprego ou coaching é legal e importante para muita gente, mas nem sempre nossos chefes ou colegas de trabalho devem saber dos nossos planos profissionais futuros. Há vários cenários aí.
  • Nem preciso explicar muito sobre a necessidade de não expor em demasia as suas presenças sociais relacionadas a sexo ou religião. Facebook e Twitter não são bons espaços para opinar, principalmente se você tem um ponto de vista diferente da maioria das pessoas. Já levei um unfollow/block/kick-ban uma vez porque disse que uma amiga (ex?) tinha amigos imaginários.
  • Flood de assuntos desinteressantes. Todo mundo tem um friend/follower que fala o tempo todo, e de um assunto específico. Já está chegando a hora dele descobrir que, se ele é monotemático, deveria estar numa rede somente daquele tema, e não numa generalista. Você tem um blog e um twitter e uma fan page e uma conta no flickr e um vlog e uma serie de fotos no flickr sobre WordPress? Só fala de fotografia? Jogue isso num nicho e pare de spammear. Veja que o resultado é muito melhor.

O destino dos generalistas é falar sobre o tempo e discutir o jornal nacional

Já reparou que, quanto mais generalizado, mais chato? Ninguém mais aguenta cupcakes, lomo ou moleskine. Por isso, as fotos foram pro Instagram, e lá ficam, só pra quem gostar. Quando todo mundo faz, todo mundo viu, a tendência natural é buscarmos outras coisas, algo novo. Fugir do que todo mundo está discutindo.

Passamos um tempão buscando a rede globo social. Facebook está aí, Twitter está aí. Aí, vamos ver todo mundo conversando as mesmas conversas, encher o saco e procurar o cinema alternativo, aquele das cadeiras desconfortáveis, abandonado às traças, mas com insights diferentes.

Até que ficaremos de saco cheio da fragmentação e voltaremos ao twitter.

A vida vem em ondas, como o mar.

Citei Lulu Santos. Todos hipster morre.

0 Comments on “Milhões de mini-redes sociais – a onda volta”

  1. Tarrasko,

    Você acha que esse seu post serve como argumento para eu continuar sem conta no twitter?

    Se todo mundo tá por lá, porque danados eu preciso estar?

    E complementando o argumento: nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia.

    Xeiros

    1. Porra, Ovidio, Lulu Santos?

      Acho que o twitter nunca será mainstream, e também acho que é uma rede de transição, como o mIRC. Nunca servirá para o rodo da população em geral.

      Mas eu acho uma ferramenta ótima para algumas coisas, e tem uns usos bem interessantes, se você tiver foco e objetivo.

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