Descobri o que me faz gostar tanto de Monty Python. Mas tergiverso.
Pra mim, a grande diferença do humor americano, brasileiro e do inglês é que um faz sentido, o segundo faz um sentido bem raso, e o terceiro não faz absolutamente nenhum.
O melhor do humor americano tem uma mensagem, há algo pra ser entendido. Veja George Calin, Stephen Colbert, The Onion ou Seinfeld: até mesmo quando não falam de nada, têm algo pra ser entendido, captado.
O melhor do humor brasileiro tem um duplo sentido, que pode ser resumido à expressão espanhola “caca-culo-pedo-pis”. É falar de merda, de sexo, de racismo ou de homofobia.
O suprassumo do humor mundial é inglês. Ganharam todas as copas do mundo com três temporadas e meia de Flying Circus e três filmes, misturando cenas do cotidiano, crítica social e porra nenhuma. E a parte da porra nenhuma é bastante importante: normalmente, terminamos com uma grande cara de WTFF (what the flying fuck?!), necessitando usar o símbolo de pontuação mais esquisito de todos os tempos
Ficou confuso? Entendeu? O rei está nu?
É assim que eu me sinto, e gosto da coisa.
Aí eu volto pra primeira linha do texto (que se chama [amor] gancho).
O que me faz gostar tanto de Monty Python é que assistir me deixa feliz como uma pessoa burra.
Pensem comigo (se você não for burro, claro):
As pessoas burras são mais feliz que a média das pessoas (aponta estudo, vá pesquisar no Google).
As pessoas burras não entendem a maioria das coisas que acontecem diante dos seus olhos (pense ciência, religião, filosofia, humor, enfim, tudo o que não seja A Praça é Noffa).
Ergo, não entender caray nenhum ajuda as pessoas a serem felizes.
Monty Python explica muito da minha vida profissional.
5 Comments on “A maravilhosa burrice do ser”
A maravilhosa burrice do ser http://t.co/Yr7FyLsI
Isso explica pq meu autor favorito é o Douglas Adams. Ele me faz sentir burra – e feliz. Imensamente feliz.
Douglas Adams, o eterno estagiário do John Cleese.
“O que me faz gostar tanto de Monty Python é que assistir me deixa feliz como uma pessoa burra”. Acho que sintetiza bem. 😛
Eh vero. Publicarei.