Quando você resolve estudar usabilidade, um dos primeiros livros que te recomendam é o Don’t make me think, do Steve Krug. Praticamente obrigatório, até pelo título. Mas o título é só correto em 50%.
Não podemos fazer comunicação achando que o consumidor é burro, idiota ou preguiçoso. Devemos, sim, achar que ele não tem tempo, o que é verdade para todo mundo. Não é que o consumidor não quer passar muito tempo falando sobre o seu site, o seu produto, a sua propaganda. É que ele não quer passar muito tempo se esforçando para entendê-la.
Explico. Sabe a arte moderna? Daquelas bem modernas mesmo, que você não entende nada? Você não acha chato?
Encontre uma pessoa que entende de arte moderna. Ela não acha chato. É porque entende logo de cara qual é a graça do Ives Klein registrar um azul específico e pintar um quadro só com aquela cor. É uma questão de inteligência? De tempo?
Eu acho que é de interesse. Se eu estiver interessado no seu filme, vou ao site, procuro no jornal, rastreio informações e até monto um quebra-cabeças para poder ver a pré-estreia. Mas se for uma ideia chata, que eu já sei o final, não vou querer nem tentar descobrir onde está o botão de desligar a música do seu site institucional. Vou fechar na hora.
Se você contar uma boa história, for interessante, o seu consumidor vai querer pensar. Porque isso o faz se sentir inteligente. Se este texto fosse apenas explicativo, mas não fizer você pensar, falhou. E possivelmente, você parou de ler no segundo parágrafo. Se for interessante, pode até fazer você pensar.